Primeira das duas linhas de prensa começou a ser descarregada nesta sexta-feira (20) |
Equipamento tem capacidade para produzir 960 peças por hora.
Obras da fábrica na Mata Norte devem ser concluídas até 2014.
As
peças que compõem a primeira das duas linhas de prensa da fábrica de
automóveis da Fiat em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, começaram a
ser descarregadas no Porto de Suape,
no Litoral Sul do estado, na manhã desta sexta-feira (20). O
equipamento, quando montado e em pleno funcionamento, tem capacidade
para produzir 960 peças por hora, transformando chapas de aço em portas
ou capôs. A fábrica de automóveis da Fiat, que começou a ser construída
em setembro de 2012, deve ser concluída até o fim de 2014. Quando
estiver pronta, a fábrica terá capacidade para produzir 250 mil carros
por ano.
O
cronograma prevê que a prensa, da empresa japonesa Komatsu, comece a
ser montada em 22 de outubro, estando pronta para começar a operar em
testes a partir da metade de março de 2014. O equipamento montado tem
12,5 metros de altura e aproximadamente 70 metros de extensão.
“Comercialmente, ela deve estar pronta para operar a partir de agosto,
setembro de 2014, antes de disso, operamos com testes”, detalha o
engenheiro especialista em prensas Fábio Rima, responsável pelo
transporte e também pela operação dos equipamentos. O equipamento vai
expandindo de forma gradual a produção, até que a fábrica atinja o pico
máximo de 250 mil veículos ao ano.
O navio, vindo do Japão, chegou ao estado na quinta-feira (19), após uma
viagem de mais de um mês. A carga, de aproximadamente 5 mil toneladas e
contando com mil volumes, deve ser descarregada até a noite da
segunda-feira (23). A embarcação conta com três guindastes, mas operou
com dois durante a manhã. “Esse é um processo muito minucioso, são
cargas soltas. É o que chamamos de carga de projeto, porque dentro do
navio veio todo o projeto de uma linha de produção”, explica o analista
de comércio exterior da Fiat, Luca Sola.
Antes de seguir para a fábrica, os
equipamentos passam pela fiscalização da Receita Federal, com previsão
para saída do porto a partir do dia 7 de outubro. “Serão aproximadamente
15 dias para fazer todo o transporte. Vamos utilizar 300 caminhões,
sendo 78 especiais, com rodas maiores e sinalização. Esse transporte
especial deve acontecer somente à noite, porque o veículo se locomove a
aproximadamente 15 quilômetros por hora”, explica Rima
Com um braço com força de impacto de
2.500 toneladas, a prensa, com seus seis módulos internos, é considerada
o coração da fábrica. “A prensa é o coração de uma indústria
automotiva. De um lado, entra o aço cortado em placas, totalmente plano.
Ele vai passando pelas seis unidades da linha de prensa, tomando
golpes, vai sendo moldado, cortado e furado. Ao término você tem uma
porta, um capô”, aponta Rima.
Governador Eduardo Campos e Ricardo Sola, do grupo Fiat. |
Ele ainda explica que 60% do galpão
que vai abrigar as peças estão prontos. “Temos outros prédios em níveis
diferentes de construção, a obra como um todo está em torno de 35%. A
previsão é de que a conclusão das obras aconteça até o final de 2014”.
Atualmente, 2.200 pessoas trabalham na construção da fábrica.
As duas prensas vão empregar 190 operários e 13 coordenadores. “Essa é
uma plataforma dinâmica e moderna. Se você quer ter qualidade hoje em
dia, é preciso investir em tecnologia. Temos um grande marco que foi a
fábrica em Betim, Minas Gerais, construída em 1976, saindo do polo
automotivo de São Paulo. Estamos novamente indo para um polo mais longe,
sempre investindo em tecnologia como suporte. Quem sabe aqui tenhamos
também um novo modelo de carro”, diz Sola.
Centro de treinamento
Com a licitação do centro de
treinamento suspensa desde agosto pelo Tribunal de Contas do Estado
(TCE), a construção do espaço deve ficar à cargo da empresa italiana,
explicou o governador Eduardo Campos. O centro de treinamento em Goiana era
a contrapartida do governo estadual. “Nós já entramos em entendimento
que a Fiat vai assumir para poder cumprir os prazos que estão acordados.
Em contrapartida, vamos substituir esse compromisso por outro que possa
ser feito de maneira que o contrato tenha equilíbrio, ou seja, o valor
correspondente ao centro de treinamento será compensando em outras ações
que o estado fará. Isso está sendo discutindo ainda, está tudo no
prazo. Fizemos reunião de controle com a direção da Fiat, todo mês a
gente senta com o grupo deles e o nosso”, aponta Campos, que visitou o
navio nesta sexta e reiterou que o empreendimento é de suma importância para a economia pernambucana.
Informações do G1 PE
Foto: Katherine Coutinho
Foto: Katherine Coutinho
0 comentários