Oficinas
qualificaram mais de 600 multiplicadores. Esta semana, seminários
encerraram o ciclo das capacitações nos estados do Ceará, Paraíba e
Pernambuco
Salgueiro - PE,- Todos
os dias, Willian Carvalho do Nascimento, agente comunitário de saúde da
zona rural do município de Salgueiro (PE), cidade pernambucana
localizada a 514 quilômetros do Recife, percorre em sua motocicleta um
longo trecho em meio ao sertão nordestino. Na paisagem, um cenário
adornado pela diversidade do bioma caatinga, composta por mandacarus,
coroas de frade, xique-xiques e tantas outras espécies nativas.
Para
Willian, a importância do seu trabalho junto às famílias de comunidades
rurais vai além da função educativa e dos serviços executados pelo
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Ele busca também a
sensibilização das pessoas com as quais mantém contato, contribuindo
assim para uma conscientização cidadã, independente das dificuldades.
O
agente comunitário, que é responsável pelo acompanhamento de 111
famílias da zona rural, garante que após as capacitações promovidas pelo
Ministério da Integração Nacional (MI), por meio do Projeto de
Transposição do São Francisco, seu conhecimento foi ampliado. Agora,
além de levar informações referentes à saúde, Willian compartilha noções
de cidadania, direitos humanos, preservação do Meio Ambiente e combate à
violência.
“As
reuniões foram importantes porque elas nos capacitaram para observar e
agir além da nossa função de lutar para a garantia da qualidade de vida
das pessoas que atendemos, mesmo nos deparando, em alguns casos, com
situações como a violência doméstica”, afirmou. Segundo ele, o trabalho é
permeado pela relação de confiança e profissionalismo para com as
pessoas atendidas. “É preciso saber discutir e trabalhar alguns
assuntos. Então a gente vai assim, meio que rodeando, para ganhar a
confiança e garantir credibilidade”, conta.
Oficinas - Iniciadas
em fevereiro de 2013, as oficinas de Educação em Saúde qualificaram
mais de 600 multiplicadores. Organizadas em quatro módulos, as
capacitações abordaram tópicos como “Proliferação de Vetores e Acidentes
com Animais Peçonhentos”, “Saneamento Ambiental, Doenças de Veiculação
Hídrica e Efeitos Danosos dos Agrotóxicos” e “Gravidez na Adolescência,
DST/AIDS e Prevenção à Violência”.
Outra
moradora da cidade, a agente comunitária de saúde urbana Rosimeire
Araújo, também considera que a missão de educadora foi diversificada a
partir das aulas. Ela afirma que seu papel social vai além das oito
horas diárias de trabalho e que se esforça para levar informação e
orientação a 174 famílias de uma região da cidade.
A
atuação desses profissionais nas comunidades inicia uma revolução
silenciosa, que influencia na forma como as pessoas cuidam da própria
saúde e do ambiente em que vivem. “A gente acaba se comprometendo e
orientando as pessoas sobre pequenas atitudes que fazem grande
diferença, como um simples papel de bala ou palito de picolé,
descartados em locais inapropriados”, explica. De acordo com Rosimeire,
muitas vezes é preciso enfrentar com otimismo a falta de interesse da
população abordada. “Eu não desisto. Se marcamos uma reunião e não vai
muita gente, não deixamos de fazer nosso trabalho”, ressaltou.
Para
trabalhar com os jovens, um público que ainda está descobrindo a
sexualidade, a agente comunitária de saúde urbana Josilene Pereira da
Silva, utilizou fotografias, exibidas em seu próprio celular, para
alertar sobre os perigos das doenças sexualmente transmissíveis (DST´s).
“Tudo
que eu aprendo eu tento para levar para as pessoas. Então é preciso
estudar e estar sempre atualizada”, considera. Josilene constatou, após
aplicar as novas estratégias de abordagem com o este público, o
crescimento na solicitação de preservativos e na procura pela realização
de exames e testes de sorologia para o diagnóstico de doenças
sexualmente transmissíveis.
Encerramento do ciclo de capacitações – O
Ministério da Integração Nacional, por meio do Projeto de Integração do
Rio São Francisco, promoveu, nos dias 17, 18 e 20 de setembro, em
Cajazeiras (PB), Brejo Santo (CE) e Salgueiro (PE), respectivamente,
Seminários Estaduais de Educação em Saúde. As atividades marcaram o
encerramento do ciclo de capacitações das Oficinas.
Os
seminários promoveram um espaço favorável à reflexão e ao diálogo,
permitindo a troca de experiências e vivências educativas nas
comunidades atendidas. Os participantes debateram os principais
problemas relacionados ao tema nos municípios, bem como medidas e novas
ações que poderão ser implantadas, visando à promoção da saúde da
população. Na conclusão dos eventos, "Agendas de Prioridades de Educação
e Saúde" - construídas durante os seminários – foram entregues pelos
agentes comunitários aos gestores municipais e estaduais.
Entre
as propostas formuladas estavam a ampliação de investimentos na rede de
saúde básica, a divulgação de novas campanhas preventivas e a
organização de capacitações nos moldes das oficinas oferecidas pelo
Projeto.
Ministério da Integração Nacional
Assessoria de Comunicação Social
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